Praia

Olhei para ele e acenei com a cabeça - Pronto, já parei. O que vamos fazer agora? - pus-me a olhar em volta.

Suspirei com aquele desvio de conversa e encolhi os ombros.
-Onde quiseres.

- Tanto me faz desde que não sejam casas assombradas. - encolhi os ombros e revirei os olhos.

-Procura, não quero que digas que te ando a querer matar. - olhei para ela enquanto andávamos apenas por andar.

Parei à frente dos carrinhos de choque e sorri, ignorando o comentário dele - Vamos andar de carrinhos de choque!

-Está bem - sorri ao ver os carrinhos de choque e fui até às bilheteiras pedindo o que tinha a pedir e ficando à espera com ela de uma próxima volta.

Quando as pessoas que estavam nos carrinhos antes sairam, fui logo para um carro vermelho toda contente. Assim que já se podia andar, comecei às voltinhas até ir contra o carro de um rapaz moreno todo jeitoso.

Tentei ignorar o facto do rapaz a quem ela tinha ido contra lhe estar a dar trela e continuei a condizer o meu carrinho indo embater a quem calhasse. Eu não percebia o que é que eu tinha dito que a tivesse deixado toda amuada, mas pronto, também não valia a pena.

Assim que consegui dar a volta ao carro do rapaz, foi o carro do Bryan que me apareceu à frente. Ri-me e fui contra ele.

Sorri levemente quando ela foi contra mim e fui atrás dela fazendo o mesmo mas por trás, ignorando mais uma vez o facto de que o rapaz lhe sorria e se fazia a ela forte e feio. Dei meia volta e foi contra ele com força sorrindo-lhe cinicamente e a nossa viagem terminou.

Ri-me enquanto ele vinha contra mim e depois vi-o a ir contra o rapaz de antes. Assim que a nossa viagem acabou, sai do carro e fiquei à espera do Bryan que tinha o carro na outra ponta assim como o outro rapaz.

Quando saí do carro o outro gajo veio ter comigo e olhou-me.
-Era preciso ter vindo contra o meu carro assim? - Perguntou-me irritado e eu reconheci aquela voz de algum lado
-Quando foi a minha namorada até gostaste - sorri-lhe era para me ir embora mas ele impediu-me agarrando-me num braço.
-Grant? - perguntou e eu percebi quem ele era.
-Deves estar a confundir - larguei-me e fui ter com Caroline. - Vamos para outro?

Olhei para o rapaz por cima do ombro do Bryan - O que é que aconteceu? - perguntei referindo-me à 'conversa' que eles tinha tido.

-Não sei, o gajo é um depravado - resmunguei pegando-lhe na mão e tirando-a dali para fora. Com esta cena toda percebi que quando ela percebesse que lhe estava a esconder tanta coisa ela se ia passar, mas como é que eu lhe ia contar, assim tudo na boa?

Olhei uma última vez para o gajo que olhava para nós antes de sair dali. - Se não fosse nada não tinhas ficado todo alterado nem ele tinha ficado a olhar para nós. Vocês conhecem-se?

-Não sei - encolhi os ombros - eu não o reconheci - não disse mais nada e olhei para a roda gigante tentando mudar de tema de conversa. - Vamos para a roda gigante?

Suspirei sabendo que havia ali qualquer coisa e olhei para a roda - Sim pode ser. - voltei a suspirar e caminhei até à roda gigante.

Baixei a cabeça enquanto íamos. - Tem calma comigo - pedi - existe muita coisa que tu não sabes e.. - encolhi os ombros - eu não gosto de falar sobre isso. - entrámos na roda.

- Eu estou calma, tu é que não. - suspirei e calei-me assim que entrámos na roda. Se ele não queria falar sobre aquilo não o ia obrigar.

Abri a boca para falar mas acabei por me calar olhando pela janela e sentando-nos um ao lado do outro. - Eu tenho uma irmã ainda mais nova. - disse-lhe já a roda andava.

Deixei a vista e olhei para o Bryan - Outra além da Lilly? Qual é o problema? - perguntei confusa.

-Sim, ela tem onze. - encolhi os ombros, respondendo à sua pergunta do "qual é o problema", não tendo coragem para continuar e olhando a paisagem.

Olhei para ele começando a ficar preocupada com o que podia vir dali - Bryan? O que é que tem de mal?

Pois, ela agora não ia desistir. - A minha família não é rica, quer dizer... a minha família é bastante rica, a minha mãe é que não. O meu pai morreu quando a Lilly tinha três anos e deixou-nos sem nada. - passei as mãos uma pela outra. - A minha mãe sempre foi demasiado orgulhosa para aceitar ajuda. - encolhi os ombros mordendo o lábio sem saber como continuar.

Sentei-me toda de lado, numa posição desconfortável para conseguir olhar para ele. Peguei-lhe na mão e fui passando os dedos pelas costas da mão dele - O que aconteceu depois?