Praia

-Podias ter-me aleijado. - resmunguei chegando-me mais para perto do seu corpo - Eu sou uma pessoa muito frágil... - suspirei e fiquei alguns minutos calada, muito pensativa - Eu nem sei porque é que nunca mais tentei que me levasses para a cama. - pensei em voz alta.

- Nunca te iria aleijar oh boneca de porcelana.- ri-me levemente, rodeando-a com um braço para a aconchegar junto a mim.- porque não precisas de o fazer, eu gosto de estar contigo, e para isso não preciso de ir para a cama contigo.- sussurrei ao seu ouvido, beijando-lhe a bochecha.

Aconcheguei-me junto do seu corpo - És querido demais. - sorri e fiz uma careta - A maior parte das pessoas não tem paciência para mim. Eu sou má. - olhei-o com uma cara séria para que ele soubesse que eu não estava a brincar. Antes de vir para a universidade era das mais populares da escola e toda a gente me temia exatamente por causa da minha maldade. Mas eu não era assim, aquilo tinha-me tornado assim.

Fui acariciando os seus longos cabelos longos enquanto olhava o céu.- não me peças para te explicar o porquê, mas quis mostrar-te que os rapazes não são todos como pensas, e que podem tratar-me muito melhor, sem ser preciso levarem-te para a cama.- declarei e olhei-a quando também me olhou.- eu tenho.- sussurrei, passando uma mão pela sua face.- e tu não és má, tens é algo que te fez ser mais fria.- disse, eu conseguia vê-lo através do seu olhar.

-Acho que estás a fazer um bom trabalho. - sorri-lhe, se calhar pela primeira vez esta noite, de forma sincera - Por muito que me apeteça saltar-te em cima estou aqui mais quietinha que uma criança de castigo. - ri-me - Acredita eu sou mesmo má. Não sabes que as coisas que eu já fiz. As pessoas que já magoei. - engoli em seco. Não pensava muitas vezes na forma como tratava as pessoas mas quando o fazia chegava a ter vergonha de mim.

Contornei o seu sorriso com o meu indicador, sorrindo-lhe também.- afinal, até és um pitinha bem comportada.- ri-me e aproximei as nossas caras, beijando-a de forma intensa.- shh, não penses mais nisso agora, eu gosto da Ariel que está comigo neste momento, e não me interessa o que ela já fez.

Toquei-lhe no rosto e beijei-o de forma igualmente intensa - Eu não sou uma pita, muito menos bem comportada. - ri-me contra os seus lábios aproveitando para morder o seu inferior - Mas e o que eu posso vir a fazer? Eu agora estou aqui toda quieta mas amanhã posso acordar e fazer outra coisa completamente diferente.

Ri-me com ela e rocei os nossos narizes enquanto sentia o meu lábio inferior ser mordido por ela.- és sim, és a pita sereia mais eléctrica que já conheci.- toquei-lhe no queixo. Beijei-a de novo e olhei os seus olhos, fazendo-a olhar-me também.- acho que consigo aguentar isso.- sorri-lhe docemente.

-Sou sereia e elétrica, agora pita não. - revirei os olhos mas acabei por me rir - Está bem mas depois quando eu fizer a merda vais ficar chateado comigo e afastar-te de mim como toda a gente acaba por fazer..... - olhei para os olhos dele.

Beijei-a de novo, acariciando a sua face macia.- podes-te calar? Eu não me vou afastar de ti okay? Eu não sou como as outras pessoas. Eu também já fiz merda, e não foi por isso que as pessoas deixaram de me falar.- suspirei.- eu aprendi a lidar com feitios muito diferentes dos meus.

-Está bem, eu calo-me. - encolhi os ombros e fechei os olhos soltando um grande suspiro. Normalmente nunca me deixava descontrair perto dos outros, só o fazia quando estava sozinha e não era sempre. Abri os olhos outra vez e olhei para ele dando por mim a morder o lábio sem o querer fazer.

Beijei a sua testa e sentei-me na areia, sentando-a no meio das minhas pernas.- tu és como o mar, nunca tens dias iguais. O teu estado de espírito é como as ondas, ou é muito revoltado ou calmo demais.- ri-me e afastei o seu cabelo só para um lado.- mas continuam a ser lindos mesmo assim.- sussurrei, beijando o seu pescoço.

-Onde é que foste buscar todas essas frases tão filosóficas? - perguntei sentindo um arrepio atravessar-me o corpo quando os lábios dele tocaram no meu pescoço. Elevei um braço e embrenhei a mão no seu cabelo empurrando-o um pouco para que me desse mais beijos daqueles.

Ri-me contra a sua pele, mordiscando-a um pouco.- isso é segredo.- murmurei, continuando a beijar toda a extensão do seu pescoço, tal como as suas mãos pediam. Fui subindo os beijos até chegar à sua orelha, onde rocei apenas os meus lábios.

-Isso sabe mesmo bem... - elogiei continuando a empurrá-lo para mim. Quando ele roçou os lábios na minha orelha virei a cara de repente e beijei-lhe os lábios intensamente. Virei-me de frente para ele colocando-me de joelhos, sem nunca descolar os lábios dos dele.

- Ainda bem.- sussurrei ao seu ouvido, sentindo depois os seus lábios colarem-se aos meus. Rodeei a sua cintura com os braços, puxando-a para que se deitasse em cima de mim. Afastei o seu cabelo e continuei a beijá-la da mesma forma que ela me beijava.

Deitei-me por cima dele e rocei um bocado o meu corpo no meu rindo-me interiormente. Continuei a beijá-lo e meti as mãos no cabelo dele, puxando-o um bocado de vez em quando - Se continuares a provocar-me assim vamos acabar na cama. - disse assim que separei o beijo.

Passeei as mãos pelas suas curvas enquanto a minha língua se envolvia com a sua. Mordi-lhe o lábio de cada vez que senti o meu cabelo ser puxado pelas suas mãos e puxei-a mais para mim, rodando-nos.- eu não te estou a provocar sereia, estou a beijar-te.- murmurei contra os seus lábios.

-De uma forma inapropriada. - enrolei as pernas à volta dele quando nos rodou e senti a areia entranhar-se no meu vestido - Boa, agora tenho areia no corpo todo. - resmunguei antes de voltar a dar-lhe um beijo.

- Posso sempre parar se quiseres.- afastei os meus lábios dos seus e colei-os ao seu pescoço, que tratei de beijar. Ri-me com o seu resmungo.- estás sempre a queixar-te, és mesmo criança.- mordisquei a sua pele.

-Não disse para parares. Só não te queixes quando eu começar a atirar-me para cima de ti. - avisei passando as mãos pelo seu pescoço e puxando-o para o beijar - Deixa-me ser criança à vontade. - arqueei um bocadinho o corpo.

- Pronto, acho que é melhor parar mesmo.- ri-me contra o seu pescoço e levantei-me, sentando-me na areia. Ri-me interiormente e bati as mãos uma na outra para sacudir a areia.- eu deixo.- encolhi os ombros e olhei o mar.- pitinha.

-Então? - revirei os olhos e sentei-me na areia sacudindo a que tinha no meu cabelo - Paras sempre nas partes divertidas. - levantei-me apoiando-me no joelho dele e sacudi a areia toda do rabo e das pernas - Vou fingir que não ouvi isso.

Ri-me levemente e fiquei a observá-la, sacudir a areia do seu corpo.- se tu soubesses o quanto eu me martirizo por parar.- suspirei. Fiz uma cara angelical e elevei as mãos, abanando-as como as raparigas faziam.- eu não disse nada.- disse com voz fininha.

-Então porque é que paras? - perguntei-lhe. Sentei-me outra vez, com cuidado para não ficar logo cheia de areia e toquei-lhe na ponta do nariz - Claro que não, tu és um santinho. - ironizei rindo-me.