Campo de Futebol

Coloquei as mãos no joelho apoiando-me assim neles, a minha respiração estava completamente ofegante. Rastejei até um banco onde estavam as minhas coisas e bebi um pouco de água levantando-me minutos depois para continuar a correr em volta do campo. Voltei a colocar os auriculares e prendi o ipod ao meu braço começando a correr e a aumentar a velocidade. A barriga das pernas já latejavam e sentia que o meu coração ia sair do peito a qualquer momento. Passei pelo banco novamente

Saí do quarto com uma enorme vontade de fazer desporto, uma das coisas que eu mais gostava. Fui até ao campo de futebol, que felizmente se encontrava vazio, provavelmente por ainda ser cedo. Peguei numa bola que estava por ali perdida, fiz algumas fintas com a mesma e depois posicionei-me perto da baliza chutando a bola para lá.

Vesti uma t-shirt e um casaco quentinho. Precisava de desanuviar e acalmar-me. Meti os auriculares e comecei a correr pela zona parando no campo de futebol quando vi alguém por lá. Encostei-me à rede fiquei a olha-lo. - Eu juro que não ando a perseguir-te. - disse alto para que ele ouvisse.

Continuei a chutar a bola para a baliza vezes e vezes sem conta. Passei a mão pela testa suada e parei quando ouvi uma voz feminina, olhei para a rede e vi a Ashley. Comecei a rir-me. - Tens a certeza disso? - perguntei.

-Tenho, agora já não se pode vir correr que se esbarra com o rapaz dos beijos - sorri dando uma volta e entrando no campo indo ter com ele.

- Diz lá que não gostas de te esbarrar com o rapaz dos beijos? - gozei enquanto chutava novamente a bola. - Olá Ashley... - disse assim que ela chegou à minha beira.

-Gosto, mas só porque ele é simpático. - sorri já dentro do campo e a olhar para ele. - Olá Liam, a treinar para ser o melhor do Mundo? - gozei.

- Ele agradece. - sorri-lhe e fui buscar a bola. - Humm não. Não preciso de treinar para isso porque já sou o melhor do mundo. - fiz um sorriso convencido e chutei outra vez a bola.

-Convencido - ri-me - Fica para aí a chutar a bola para uma baliza vazia que eu vou sentar-me - sorri e dei-lhe um beijo na bochecha como forma de cumprimento, indo sentar-me atrás dele encostada à rede.

- Não sou convencido. - fiz um ar amuado. Dei-lhe também um beijo rápido na bochecha antes de ela se ir sentar. - Queres ser a minha fã número 1? - perguntei enquanto continuava a chutar a bola repetidas vezes.

Ri-me levando uma mão à cara enquanto o fazia.
-Não tens mais nenhuma? - Perguntei fazendo uma carinha triste que devia ser a dele. - Eu já sou, não precisas de perguntar. - sorri.

- Humm tenho, claro que tenho. Então se sou o melhor é obvio que tenho muitas fãs. - disse um bocado atrapalhado e tentando não me rir. - Mas quero que sejas tu a número 1. - disse olhando para ela e rindo-me.

-Porque é que queres que seja eu a número um? - Perguntei levantando-me novamente - É porque beijo bem? - Questionei rindo-me.

- É porque... sei lá. - encolhi os ombros. - Talvez porque eu estou aqui a exibir os meus dotes e tu és a única que está aqui a apoiar-me. - disse com um sorriso de gozo estampado na cara.

Ri-me abanando a cabeça.
-Chama as raparigas de Londres que elas vêm logo fazer uma claque e eu fico para última - fiz uma carinha triste.

- Nãoooo é melhor não. Iam ser muitas e depois eu não ia conseguir concentrar-me. - disse olhando-a. - Não fiques triste cinderela, já és a número um, ninguém vai tirar-te o lugar.

Arrumei as minhas coisas no bolso largo do casaco enquanto me ria. - Garanhão de Londres. - assenti com a cabeça - Acho bem que sim, se ainda tens o meu sapato é bom que seja mesmo a número um.

- Podes crer que sou. - gozei piscando o olho. - E és, não te preocupes com isso. E tu tens o meu casaco, cuida bem dele porque é do melhor jogador do mundo.

Tentei manter-me séria e olhei para ele mordendo o lábio.
-Pois... o teu casaco... - murmurei. - Eu acho que o meu pai lhe pegou fogo. - olhei para a relva e não consegui evitar rir.

- O quê? - arregalei muito os olhos enquanto a olhava. - Estás a gozar não estás? - perguntei.

-Claro que estou - ri-me apesar dele ser muito bem capaz de uma coisas dessas. - Não te preocupes, está seguro no meu quarto. Eu guardo bem as coisas que me emprestam.

- Ah acho bem. - suspirei de alivio e ri-me depois. - Olha lá e que era aquele barulho lá em tua casa? - perguntei.

Abri a boca para falar, mas tive que pensar em alguma coisa antes.
-O meu pai partiu um copo - não era mentira, encolhi os ombros - nada de mais.

- Ok... - disse suspirando e sem saber muito bem se deveria acreditar no que ela dizia. Peguei na bola. - Queres jogar contra o melhor do mundo? - perguntei no gozo.