Discoteca

- Calmaa! - disse quando ele me puxou na direção de um casal que saia da discoteca - Boa. Agora o plano é eu faço-me a ele tu fazes-te a ela?

-Claro que não, vamos pedir de uma forma querida... e simpática - olhei para a rapariga e aproximamo-nos. - Boa.. Bom dia. Eu sou o rapaz que faz anos e ela a rapariga que gosta que eu dê nas vistas. Gostariamos muito que nos fizessem um favor. - eles olharam para mim - estamos perdidos, precisamos de boleia.

Fiquei a olhar para eles contendo a enorme vontade de me rir - Ele precisa de uma prenda de anos. - encolhi os ombros e sorri. Eles olharam-se e depois sorriram-se. - Tudo bem. Vocês vão para onde?

-Para o campus. O sun rise, acho eu - fiz uma careta olhando para Caroline. Encolhi os ombros - se puder ser.

O rapaz sorriu - Têm sorte. Fica a caminho. - fez-nos sinal para que os seguissemos. Ri-me junto ao Bryan - Deviamos ter medo ou assim? Podem querer raptar-nos para ficar com os nossos órgãos ou então para nos vender.

-A mim ninguém me quer para nada - levei as mãos nos ar até ao carro a rir-me - se for é a ti, que és... interessante, mas eu protejo-te - fiz uma pose corajosa antes de entrar.

Dei uma gargalhada com as figuras dele - Acho bem que me protejas. És o homem daqui. E estás um ano mais velho tens mais responsabilidades. - ri-me e entrei no carro depois dele entrar.

-Fica mesmo a caminho, deixo-vos numa cortada pode ser?
-yup - respondi à rapariga loira e olhei para Caroline - O que é que tu serias sem mim?

Ri-me e inclinei-me ficando encostada a ele - Neste momento não estaria bêbada e o mais provavel era estar a dormir na minha caminha.

-É, a tua vida seria muito melhor - assenti com a cabeça e encostei a minha cabeça à dela começando a lembrar-me do caminho por onde viemos. Ri-me e abanei a cabeça - já sei o caminho.

Dei uma gargalhada e abanei a cabeça - Não. Seria uma grande seca. - olhei para ele e ri-me - Agora fez-se luz?

Ri-me olhando para ela.
-Acho que sim - encolhi os ombros e o carro parou pouco tempo depois perto do campus. - Muito obrigado - agradeci saindo do carro.

- Muito obrigada, sim. O Bryan adorou a prenda de anos. - ri-me e sai do carro. - Agora vamos ver se conseguimos encontrar o caminho para a entrada.

Ri-me olhando para onde estávamos e estremeci com o frio.
-Eu vou a correr para ver se aqueço - queixei-me sorrindo. - Anda lá, deve ser por aqui.

- A correr? Queres que me vomite toda como a outra? - despi o casaco dele e estendi-lho - Toma. Já não tenho frio e estamos a chegar.

Peguei no casaco vestindo-o.
-Está bem, agora aceito, só porque não queres correr - meti as mãos nos bolsos das calças e olhei para ela. - Vais conseguir ir para o teu dormitório? - Perguntei.

Dei uma gargalhada e comecei a caminhar atrás dele - Não faço a minima. Acho que nem me lembro para que lado é que ele é.

-Bateste com a cabeça em algum lado? - Perguntei rindo-me e puxei-a pela mão guiando-a até à entrada do campus. - Já chegámos - olhei para onde estávamos e suspirei - mais um dia e vou a casa finalmente.

Assim que cheguei à discoteca já a música ecoava por todo o lado. Fiz uma careta e tapei os ouvidos. No que me viera meter. Dirigi-me ao balcão e debrucei-me sobre o mesmo.- o que é que se bebe quando se vem a uma discoteca?- perguntei ao empregado, fazendo-o olhar-me com uma cara estranha.- o que foi? Não é o empregado? Responda-me.- resmunguei. Ele assentiu e antes de responder foi buscar-me um copo com uma substância preta lá dentro. Fiz uma cara estranha ao olhar aquilo.- se morrer a culpa é sua.- avisei. Bebi aquilo devagarinho, mas depois ele disse-me que sabia melhor de rajada. Encolhi os ombros e assim o fiz. Realmente, aquilo era mesmo bom. Depois de acabar aquele copo pedi-lhe mais dois e ao fim de algum tempo já me poderiam considerar alcoolicamente feliz. O volume da música deixou de me incomodar e eu subi para o balcão onde comecei a dançar, chamando a atenção de alguns rapazes.

Decidi passar pela discoteca ver as vistas.
Pedi uma bebida e fui dançando com algumas raparigas.
A meio houve uma espécie de algazarra provocada por uma rapariga.
Quando vi era a maluca da praia, claramente bêbeda a dançar em cima do balcão.
-Esta miúda pica-se e bem - murmurei para mim mesmo.

Estava a dançar divertida quando senti uma mão subir-me pelo vestido acima.
- Seu maroto.- bati na mão do rapaz mas ri-me.
- Podias era deixar-me ser maroto noutro lado.- ele sorriu-me de uma forma toda estranha. Eu ergui uma sobrancelha e mostrei-lhe a língua. não não, a minha mãe disse que isso não se faz.- espetei-lhe um dedo no nariz e continuei a dançar, sentindo-o voltar a tocar-me.

Reparei num rapaz a tentar aproveitar-se da miúda e logo vi que ela era nova nisto das festas e bebidas.
Furei o espaço que havia entre mim e ela.
-Olha, ela está muito fora do teu alcance - avisei.
-Pff, está bem, o que ela quer é isto - o gajo apontou para a sua berguilha.
-De certeza que não quer a tua - suspirei antes que perdesse estribeiras.

Já estava a ficar um bocado farta de sentir o outro tocar-me verdade seja dita. Bufei e o rapaz da praia apareceu, afastando o tarado de mim.- olha o meu amiguinho.- bati palminhas.- vieste ver-me? - coloquei-me de joelhos no balcão e puxei-o pelos colarinhos.- tu tinhas saudades minhas.- ri-me muito e toquei-lhe no nariz.- tinhas tinhas.- bati palminhas de novo.

-Vim ver-te vim - mais valia não a contrariar - Tive muitas saudades tuas. Tuas e dos teus murros - revirei os olhos - Tinha, minorca. Vá, agora desce daí que estás a fazer figura de totó.

Bati mais palminhas à medida que o ouvia, mas fiz beicinho quando me chamou de minorca.- eu não sou minorca.- disse com voz de bebé.- sou grande.- coloquei-me em pé no balcão.- vês? - ri-me, colocando a mão à frente da boca.- só saio se me levares ao colinho, é que és todo jeitoso e eu quero agarrar-me a ti.- mordi o lábio e comecei a cambalear em cima do balcão.- ups.