Quarto da Caroline Hunter

Depois de sair da casa de banho fui rapidamente ao meu quarto guardar os boxers do rapaz numa das minhas gavetas. Peguei no telemóvel para ver as horas e como ainda era bastante cedo, apetecia-me ir dar uma volta. Guardei o telemóvel no bolso dos calções e voltei a sair.

Assim que entrei no quarto, a primeira coisa que fiz foi descalçar-me para deitar-me logo na cama de seguida. Ainda tinha uma vontade enorme de me rir mas agora também me começava a sentir cansada. Tirei o telemóvel do bolso e deixei-o na cabeceira e adormeci minutos depois.

Acordei às quatro da tarde com uma enorme dor de cabeça. Levantei-me da cama de olhos fechados e fui buscar um comprimido ao armário da casa de banho. Depois de o tomar voltei para a cama e tapei-me toda. Peguei no telemóvel e marquei o número que ele tinha guardado.

Assim que voltei para o Camp, bati com a porta e atirei-me para a cama. Agarrei-me à minha almofada e chorei tudo o que tinha para chorar. Comecei a sentir uma dor no peito e a ter dificuldade em respirar. Estiquei-me até à mesa de cabeceira e tirei a bomba da asma. Voltei a guarda-la e continuei agarrada à almofada e toda encolhida.

Não falámos muito no caminho de volta. Também tinha passado o caminho todo a pensar o que lhe dizer. Depois daquilo do jardim não podiamos propriamente falar como se não tivesse acontecido nada. - Chegamos... - disse sorrindo ligeiramente - Obrigada pela companhia.

Olhei para ela quando me falou, ao chegar-me a território Alpha. Ainda não lhe tinha largado a mão. - Não agradeças. - encostei-me à parede - Podemos falar? - Perguntei-lhe.

- Podemos. - abri mais a porta do quarto - Não tens de ficar ai no corredor. A não ser que tenhas medo que eu te viole ou assim.

Sorri um pouco e entrei no quarto dela olhando em volta.
-Porque é que estavas a chorar? - perguntei olhando para o chão enquanto me sentava em cima da cama dela.

Fechei a porta depois dele entrar e fui sentar-me no meu cantinho, no parapeito da janela. - Quando? - perguntei a fazer-me de desentendida - Não me lembro de chorar. Pelo menos à tua frente. - mordi o interior da bochecha e olhei para o exterior.

-Caroline - suspirei abanando a cabeça e levantando-me novamente - Eu sei que estavas a chorar, apesar de estar a chover. Eu não sou cego - aproximei-me - No jardim, porque é que estavas a chorar?

Desviei o olhar da janela para ele e suspirei. - Querias o quê? Que fizesse uma festa? - encolhi os ombros - Mas não foi nada de mais... dizem que faz bem chorar às vezes.

-Eu não estou a perguntar isso - disse-lhe metendo a mão em cima do parapeito da janela. - Estou a perguntar porquê, Caroline. - disse com uma voz calma.

Tive de olhar para cima para olhar para ele e encostei-me mais à janela. - Porque fiquei triste. Já respondi ao interrogatório? - perguntei com um sorriso falso.

Baixei o olhar quando ela me sorriu e abanei a cabeça.
-Não. Porque é que ficaste triste? - Perguntei levantando a cabeça para ela.

Tentei sair do parapeito mas era impossivel porque ele era gigante, o que fazia com que eu ficasse entre ele e a janela. - Porque fiquei. - respondi apenas, voltando a encostar-me à janela e cruzando os braços no peito.

Abanei a cabeça com um suspiro e afastei-me da janela virando-me de costas com as mãos nas calças.
-Ah! - lembrei-me e tirei da minha carteira o dinheiro dela. - Eu disse que pagava o jantar, meteste-me outra vez a nota nas calças.

- Não quero o dinheiro. Fica com ele. - levantei-me da janela e fui sentar-me na ponta da cama.

-Eu também não quero dinheiro - disse e fui ter com ela ajoelhando-me à sua frente - Eu quero que fales bem para mim, é a única coisa que eu te peço.

Suspirei. Levantei a mão e toquei-lhe na bochecha. - Está bem... - sorri, a sério e olhei-o nos olhos - Vou tentar voltar a ser a Caroline parva do costume.

Sorri com o que ela disse - Obrigado, porque eu gosto mesmo muito mais dessa Caroline - toquei-lhe também na bochecha e estiquei-me beijando-a.

Suspirei contra os lábios dele e depois mordi-lhe o lábio inferior. Afastei-me ligeiramente dele e sorri - A Caroline que tu gostas mais gosta de morder.

-Ela pode morder, visto que já passou a fase de se arrepender. - ri-me levantando-me e sentando-me ao lado dela. - Percebeste agora?

- Já? - perguntei sorrindo. Cruzei as pernas à chinês e olhei para ele. - Não. Até agora só percebi que o arrepender-me leva-me a receber beijos teus... e acho que ninguém se arrepende disso...

Ri-me e agarrei na sua cintura puxando para o meu colo.
-Não te arrependes mesmo nada do que fazes ou do que acontece, pois não? - Perguntei