Gelataria

Ri-me ao olhar para ela com o gelado. - Então lambe-o... - disse fazendo uma cara mais séria e fixando os meus olhos nos seus.

Olhei para ele e levantei uma sobrancelha.
-Olha que eu lambo mesmo - avisei. Os olhos dele estavam a desafiar-me. Aproximei-me e elevei-me na cadeira lambendo-lhe o nariz num instante e voltando a sentar-me enquanto me ria. - eu disse.

- Estou à espera. - disse e fiquei um pouco admirado quando ela o fez mesmo. Sorri maliciosamente e depois de ela voltar a sentar-se pús mais gelado no meu dedo e voltei a pô-lo no nariz dela. Ri-me e levantei-me rapidamente indo lamber-lhe também o nariz. - É mesmo bom o gelado... - disse quando voltei a sentar-me.

Abri muito os olhos rindo-me quando ele me fez o mesmo.
-É não é? - perguntei pegando na minha colherzinha e tirando-lhe um bocado levando-o à boca. - Tens razão.

Fiquei a olhar para ela de boca aberta quando foi tirar-me do meu gelado. - Vês lá estás tu a roubar-me miúda. - disse. - Começo a ficar assustado. O que vais roubar-me a seguir? Olha que daqui a pouco começas a ficar com muitas divídas.

-Eu sou cleptómanica orgânica - ri-me brincando com ele - só roubo alimentos desde que sejam teus. - encolhi os ombros comendo mais um bocadinho. - Eu não me importo.

- Pois, para além de eu ser incrivelmente bom a minha comida também é. - gozei rindo-me. - Ai não? E como pensas pagar-me essas dívidas todas?

-Isso pega-se - brinquei com ele dando-lhe novamente o gelado. - Pago com comida em troca - disse rindo-me - a não ser que queiras de outra forma. - encolhi os ombros.

- Já estou a ver que se pega mesmo. - gozei rindo-me. - Humm de outra forma parece-me bem melhor do que com comida... - disse.

Olhei para ele rindo-me.
-Parece-te? Então diz-me.. o que é que queres em troca? - Perguntei sorrindo.

- Humm... - fiz um ar pensativo enquanto a olhava. - Quero... beijinhos. - disse mais para o gozo e ri-me piscando o olho. - Cada vez que me roubas alguma coisa tens de me dar um beijo. - disse rindo-me.

Ri-me enquanto o encarava. - Então eu estou a dever-te quantos beijinhos? - Perguntei sorrindo - Ah e tens que me dizer onde. - mordi o lábio, nervosa. - Não digas para eu escolher - pedi.

- Já são dois... pelas batatas e pelo gelado... - disse contando pelos dedos. Ri-me. - Ora na boca... é interessante ^^ . - disse a rir-me.

Olhei para o gelado e depois para ele com um sorriso. Endireitei-me para depois me levantar sentando-me ao lado dele. - Espertinho - murmurei antes de me aproximar mais e dar-lhe o primeiro beijo nos lábios.

Aproximei-me também mais dela e sorri. - Pois sou... - disse rindo-me. - E aposto que depois de me beijares vais roubar-me muitas mais vezes só para poderes beijar-me outra vez... - disse olhando para ela.

-Eu não vou perguntar onde é que está a tua bola de cristal, para adivinhares o futuro - ri-me e voltei a beija-lo pela segunda vez. - Já está. - sorri - agora aposto que queres que te roube mais coisas. Admite. - brinquei rindo-me.

- Tu depois vais ver se eu não tenho razão. - agarrei-a depois de ela me dar o segundo beijo. - Com beijinhos desses não quero que me roubes nada. - provoquei olhando-a e pondo-me mais perto dela.

-Só disseste onde querias o beijo, não disseste como querias - sorri deixando-me ficar hipnotizada pelos seus olhos. Agarrei na sua face deixando os meus braços caírem e enrolarem-se no seu pescoço enquanto o voltava a beijar de uma forma mais intensa.

Sorri e quando ela me beijou segurei-a pela cintura puxando-a mais para mim e retribui igualmente o beijo. Sorri quando afastei os nossos lábios. - Assim já me agrada mais... até vou deixar-te roubar-me mais vezes... - disse.

Fiz uma careta como se estivesse a pensar e depois sorri.
-Talvez queira roubar-te mais vezes. - ri-me - mas para isso tens que ter coisas tão boas ou melhores que tu. - mordi o lábio.

Ri-me da cara que ela fez. - Eu sei que queres... - disse sorrindo-lhe. - Ah podes crer que tenho... tudo o que é meu ou vem de mim é bom. - disse convencido.

Dei uma gargalhada com o que ele disse - Sim, és demasiado realista sabias? - Perguntei dando-lhe um murro fingindo no braço - mas tens razão, até agora não vi nada mau.

- Pois sou demasiado realista. Mais vale realista do que convencido. - gozei a rir-me. - Au. - resmunguei esfregando o braço apesar de não ter doído nada. - Pois não. Eu tenho sempre razão naquilo que estou a dizer.

-Não és mesmo nada convencido - abanei a cabeça fazendo de conta que concordava. - Esperemos que tenhas mesmo - sorri e tirei-lhe o resto do gelado que estava a derreter. - Vamos embora.

- Pois não. - ri-me e olhei-a a tirar outra vez do meu gelado. - Acho que estás outra vez em divida comigo... - disse rindo-me e levantei-me. - Vamos. - tirei a carteira do bolso e deixei lá o dinheiro para pagar os nossos gelados.