Restaurante Stela Artois

-Devo ser mais inteligente que tu! - Exclamei e fingi ter ficado chateado com o que tinha dito. Abanei a cabeça negando - Alguns também não, mas há quem preste.

- Desculpa? Acho que não. - disse para o provocar. - Então, e algumas gajas também prestam. Não é por algumas não prestarem que todas as gajas não prestam... - encolhi os ombros.

-Falei no geral - resmunguei não ligando à sua provocação e continuei a brincar com a colher do gelado. - Não se pode confiar em vocês, raparigas. Apunhalam-nos sempre pelas costas. - abanei a cabeça.

- Eu também falei no geral. - olhei para ele - Isso não é verdade. Lá porque uma rapariga qualquer te deu uma facada nas costas não quer dizer que todas façam o mesmo. - olhei para ele - Tens problemas de confiança, tu.

-Acabam por fazer - encolhi os ombros bebendo o resto da coca-cola. Olhei para ela com o que ela disse. - Talvez até tenha.

- Isso é mentira. - revirei os olhos e encolhi os ombros - Mas ok, já sei que não te vou conseguir mostrar o contrário por isso nem vou tentar mais... - olhei-o nos olhos - Já percebi que sim, mas aviso-te já que assim te vais manter muito solitário..

Olhei para trás vendo uma banda começar a tocar uma música calminha e virei-me novamente para ela.
-O que é que é melhor, ser solitário ou sair magoado? - Perguntei-lhe olhando nos olhos.

- Definitivamente ser solitário. - aproximei-me mais da mesa e olhei-o nos olhos - Mas mais tarde ou mais cedo vais deixar de ser solitário, e vais deixar alguém aproximar-se de ti a sério.

-Estás a falar como se tivesses a certeza que isso vai acontecer - sorri levemente apoiando-me na mesa e olhando para ela.

- Isso é porque eu sei que vai acontecer. Mais cedo ou mais tarde vais fartar-te de estar sozinho e vais partilhar tudo com alguém. - olhei-o e sorri.

Ri-me com o pensamento e decidi dizer-lho - Só se for quando tiver cinquenta anos, com o cabelo em vez de loiro, branco e com um bigode nojento.

Fiz uma careta - Isso foi uma visão bastante esquisita. Dispensava... - ri-me - Daqui a um tempo falamos e vemos quem tem razão.

Ri-me tendo também a visão e encoli os ombros.
-Está bem, veremos. - sorri e olhei para as horas - Queres tomar café ou vamos já dar uma volta por aí enquanto a discoteca não abre?

Sorri-lhe - Podemos ir dar uma volta. Desde que depois saibamos o caminho de volta. - ri-me. - Ainda vamos parar a um sitio sem boleias e com má gente.. - tirei uma nota do bolso dos calções.

Olhei para o seu bolso e roubei-lhe a nota que ela tirou de lá. Peguei na minha carteira e paguei o jantar. - Pronto, vamos embora. - levantei-me pegando-lhe levemente no braço e descendo para a mão dela. Quando saímos do restaurante coloquei-lhe a nota de volta aos bolsos e afastei-me. - Eu disse que pagava, não sejas casmurra.

Revirei os olhos. - És mesmo chato, sabias? - sorri - Mas tudo bem. - coloquei o meu braço à volta do dele. - Eu deixo-te pagar. - devagarinho voltei a tirar a nota do bolso com a mão livre e meti-a com todo o cuidado para que ele não sentisse, no bolso das calças dele.

Começámos a sair da área do restaurante - Finalmente - rabujei - obrigado. - sorri entrando no jardim, onde penso que já tinhamos estado juntos.

Ri-me e parei com os beijinhos.
- Desculpa.- gargalhei. Ajeitei-me no seu colo e pousei a cabeça sobre o seu ombro.- há um restaurante aqui perto, podemos ir lá.- sugeri.

-Vamos lá então - sorri beijando a sua cabeça - Eu comia um boi agora - arregalei os olhos lembrando-me da quote que tinha feito aos Digimon -E tu? Que vais comer?

Beijei-lhe o pescoço e ri-me contra o mesmo com o que ele disse.
- Como não sou muito adepta de bois, sou capaz de comer um bife e batatas fritas, é isso! - bati palminhas, saltando do seu colo quando vi que estávamos a chegar ao restaurante.

-Pois... e eu duvido que eles sirvam bois... vou comer lasanha - pousei-a no chão e fiz um ar de baba - Lasanha... quase tão boa como tu!

- Sim, não me parece ser um prato do dia agradável.- ri-me.- és tão parvinho, mas obrigada pelo elogio.- abanei a cabeça, ainda rir, e entrei com ele no restaurante.

Procurei a sua mão e agarrei-a enquanto entrávamos no restaurante.
-Só me lembro das touradas ao lembrar-me de bois... eh toiro, toiro, toiro - ri-me - É verdade - pisquei-lhe o olho e puxei uma cadeira para ela se sentar.

Agarrei a sua mão quando procurou pela minha e entrelacei os nossos dedos.
- Nick.- nem consegui falar, desmanchei-me logo a rir.- omg, tu não existes.- gargalhei.
Sorri e sentei-me na cadeira, mimando um obrigada com os lábios.

Acariciei os seus dedos e sentei-me também.
-Não foi o que me pareceu há bocado no meu quarto - mordi o lábio e tive de me pôr normal porque o garçon estava a chegar.
Fizémos os nossos pedidos e depois voltei ao meu sorriso perverso.