Quarto de Jazmyn Clarkson

-Eu também te amo e promete-me que não te passas com as conversas deles, por favor - peguei nas suas mãos e beijei-as.

Beijei a sua testa e assenti, sorrindo levemente. As conversas deles? Mas que conversas.
- Está bem amor, eu prometo.- assenti.- vá, vamos levantar-nos.- agarrei-lhe numa mão e puxei-o para fora da cama.

-Fixe - beijei a sua testa e saí da cama vestindo-me - É que não são conversas muito agradáveis, coisas que eu ando a evitar há anos.

Vesti o que tinha escolhido e vui até à casa de banho que havia no seu quarto, para dar um jeito ao cabelo.
- E que conversas são essas? - falei-lhe de lá.

Fui até à porta da casa de banho e suspirei - Eles querem-me casar com uma gaja horrível e nojenta , desde que eu sou pequeno e eu ando sempre a fugir-lhes.

Estava a maquilhar-me quando Nick apareceu. Olhei-o através do espelho e o meu coração falhou batidas quando ouvi o que ele disse. Eles querias que ele casasse com outra? Casar?!
- O quê? - perguntei baixinho, ainda sem acreditar. Ele não podia ter feito isto, ele não podia simplesmente dizer que me amava se se ia casar.- porque é que nunca me disseste? - virei-me para ele, com o sangue a fervilhar dentro de mim.- o quê? Não me digas que és polígamo e por isso vais querer casar-te comigo também.- sorri cinicamente, fazendo um esforço para conter as lágrimas que teimavam em querer sair.- porquê Nick? - gritei-lhe.

-Porque aquele casamento não vai acontecer, eu não vou casar com ela, nunca - suspirei e passei a mãos pela cara e pelo meu cabelo -Claro que não, Jazmyn! A única pessoa com quem eu me quero casar é contigo, mais tarde claro, mas é contigo. Eu não quero a Cashim ou lá como ela se chama - olhei-a e vi-a começar a chorar. Ai não, não!
-Se eu te tivesse dito mais cedo, tu nunca terias querido ficar comigo e eu ia ser obrigado a casar com alguém de quem não gosto - aproximei-me dela e agarrei nas suas mãos.

Eu não conseguia, eu amava-o demasiado para conter as lágrimas naquele momento. Passei as costas das mãos pela cara e quando as agarrou, eu afastei-me, cruzando os braços ao peito.
- Se não queres casar com ela como dizes porque é que não dizes aos teus pais? - não o olhei.- e como queres que acredite em ti agora? Como é que eu sei que não me estás simplesmente a usar? Como é que eu sei Nick?

-Jaz... apenas acredita em mim - suspirei e olhei para o chão.
-Está bem, vamos ter com os meus pais agora mesmo - respirei fundo - Já estás pronta?

Fiz de tudo para não o olhar, pois sabia que mal o fizesse não lhe ia conseguir resistir. Peguei numa toalhita e retirei a maquilhagem borratada, dando-lhe depois alguns retoques.
- Estou.- olhei para a sua camisola e funguei.

Saímos do quarto e guiei-a até à cozinha onde estavam os meus pais.
-Mãe, Pai, bom dia - disse secamente.
-Bom dia, Nicholas - disseram ao mesmo tempo, credo - Não, nos apresentas a tua amiga?
-Esta é a Jazmyn e é a minha namorada - e dei ênfase ao namorada.

Desci as escadas a seu lado, mas o suficientemente longe para não cair na tentação de o resistir, se ele pensava que eu ia ser mais uma estava enganado. Olhei os seus pais quando chegámos à cozinha e engoli em seco.
- Bom dia...- murmurei e senti as lágrimas voltarem quando vi a forma como a sua mãe me olhava. Não podes nem vais chorar aqui Jazmyn!
- Namorada Nicholas? - a mãe tentou manter o tom de voz calmo.- eu acho que o menino bebeu demais ontem à noite com os seus amiguinhos, a sua única namorada é a Cassie, a bela jovem com quem se vai casar.- ela deu uma dentada na sua torrada de forma delicada.- e quanto a si Jazmyn, se pensa que é namorada do meu filho é porque ele a enganou muito bem.- soltou um risinho. Pois...e pronto, as lágrimas caíram.

-Porra, mãe! É sempre a mesma merda! - gritei.
-Olhe a língua, menino - ela arregalou os olhos muito indignada e o meu pai ia para falar mas eu pus-me por cima.
-Eu não vou casar com Cassie nenhuma, eu já disse! Eu amo a Jazmyn e não é a mãe que vai mudar isso. Arranja outro filho se quiseres e casa-o a ele com aquela coisa - fogo, nem a um irmão meu eu desejaria isso - Jaz, não acredites em nada do que ela diz, eu amo-te, a sério e eu não vou casar com a outra, nunca.
-A mãe também nunca irá perceber o que é o amor... a mãe casou com o pai porque lhe disseram para fazer tal coisa e eu e a Jennifer somos apenas bonequinhos que vocês usam para enganar as pessoas e dizer que somos uma grande família feliz - aproximei-me mais de Jaz de maneira protectora e olhei os meus pais completamente irritado.

Dei dois passos atrás quando Nick começou a discutir com a mãe e abracei o meu corpo, chorando baixinho. Era ele, era ele o rapaz que eu amava e a ideia de que tudo não tinha passado de uma brincadeira magoava, mesmo muito. Eu tinha feito coisas com ele que nunca pensara fazer, ganhei tantas coisas ao tê-lo comigo. Crescera como pessoa, e sobretudo como mulher. Ele tinha-me ajudado a perceber que eu era bonita independentemente do que as outras pessoas diziam, ele tinha-me ensinado a gostar de mim. Mas mais importante, ele tinha-me feito amá-lo a ele.
- Eu acredito em ti..- disse quando se aproximou de mim, ignorando todos os berros da mãe dele, concentrando-me apenas nele e no nosso amor.- eu acredito em ti Nick.- choraminguei.

-O menino ainda é uma criança, só está para aí a dizer disparates -revirei os olhos ao que ela disse.
-Espero que gostem de desilusão e a outra também, porque dependendo de mim, a única pessoa com quem eu irei casar é com a Jazmyn - dito isto voltei para perto de Jaz e suspirei de alívio por ela acreditar em mim - Qualquer coisa, não me chateiem, vou para o campus - resmunguei e fomos até ao meu quarto e depois levei-nos para o meu carro onde eu agarrei no seu rosto e a beijei.

Agora sim, eu arrependia-me de ter pedido a Nick que me apresentasse os seus pais. A única coisa que eles fizeram foi tentar acabar com o que tínhamos. Segui-o para o quarto, onde arrumei as minhas coisas o melhor que consegui devido ao choro e quando chegámos ao carro, eu gatinhei até me conseguir sentar no seu lugar, ao seu colo. Agarrei a sua camisola quando me beijou e beijei-o também, encostando as nossas testas.
- Eu só preciso que me deixem amar-te.- era tudo o que eu pedia, nada mais.

Limpei as suas lágrimas e olhei-a:
-Tu não tens de ter premissão de ninguém para me amares ou para eu te amar a ti - beijei-a outra vez - Foge comigo, Jaz. Vamos sair daqui, começar do zero, esquecer isto tudo, foge comigo - pedi pegando nas suas mãos.

Olhei-o enquanto me limpava as lágrimas e funguei, sentindo o meu coração mais apertado do que nunca.
- Parece que tenho...- sussurrei e baixei o olhar para as nossas mãos enquanto ele me pedia o que mais me apetecia fazer naquele momento. Porque não? - eu fujo, se isso for o que precisamos para ficarmos juntos, eu fujo.

-Não, não tens, não ligues a nada do que eles dizem - beijei o seu nariz - Fica comigo - murmurei agarrando no seu rosto -Tu foste a melhor coisa que me aconteceu -beijei-a outra vez - Quando for preciso, vamos os dois pelo mundo fora.

Assenti e fechei os olhos enquanto o beijava montes e montes de vezes, como se tivéssemos estado longe um do outro durante séculos.
- Eu fico meu amor, porque tu és a melhor parte da minha vida.- sussurrei contra os seus lábios.- eu vou para onde fores.- murmurei e abracei-o com muita força.

Sorri com o que ela disse e beijei-a outra vez - Ainda bem, princesa - sorri ainda mais e abracei-a de volta - O mesmo se aplica a mim, eu vou para onde tu fores.

Encostei a minha cabeça no seu ombro e fechei os olhos.
- Podemos ir para o camp e ficar agarradinhos o resto do dia? - perguntei baixinho.- preciso de te sentir junto de mim.

-Claro, amor, claro - sorri e afastei-me para poder conduzir e fui rápido até lá - Já cá estamos, queres ir para o teu quarto? - perguntei agarrando na sua mão.

Saí do seu colo e voltei para o meu lugar para que Nick pudesse conduzir. Coloquei o cinto e encostei a minha cabeça no banco, indo em silêncio durante todo o caminho. Assim que chegámos, saí do carro e entrelacei os nossos dedos, encolhendo os ombros.
- Sim, pode ser.- murmurei.

Saí do carro e fui ao outro lado buscá-la, beijando a sua testa.
-Ninguém te vai roubar de mim -coloquei um braço em volta do seu ombro.